quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Os 300 de Frank Miller


O ano era 1999. As vendas dos quadrinhos de super-heróis da Editora Abril estavam cada vez mais baixas. Entre muitas outras táticas, a editora decidiu apelar para um nome que garantia vendas: Frank Miller.

Com isso, foram anunciadas (mesmo que nem todas tenham sido de fato lançadas) diversas mini-séries com trabalhos do roteirista e desenhista, algumas inéditas e outras apenas republicações. Uma das inéditas tinha sido publicada nos Estados Unidos no ano anterior, pela Dark Horse Comics. Tratava-se de 300, que pela Abril recebeu o nome Os 300 de Esparta e foi publicada em cinco edições quinzenais.

Miller, mesmo antes de 300, havia sido pioneiro de várias maneiras. Adotou uma abordagem mais pesada e violenta em HQs de super-heróis como Demolidor e Batman, adaptou o modo japonês de contar histórias ao mercado americano e conseguiu alcançar sucesso mesmo fora das grandes Marvel e DC, primeiro com Sin City e depois com várias outras obras, com destaque para 300.

Qualquer um que tenha lido os materiais mais antigos de Miller percebe que ele sempre teve uma grande paixão pela cultura oriental, usando e abusando de fatos históricos, culturais e do próprio modo de contar histórias deste povo. Mas, olhando mais atentamente, já era possível notar ao menos alguma curiosidade pela história dos 300 de Esparta, já que o roteirista por diversas vezes a citou em suas HQs.

O ano era 1999. As vendas dos quadrinhos de super-heróis da Editora Abril estavam cada vez mais baixas. Entre muitas outras táticas, a editora decidiu apelar para um nome que garantia vendas: Frank Miller.

Com isso, foram anunciadas (mesmo que nem todas tenham sido de fato lançadas) diversas mini-séries com trabalhos do roteirista e desenhista, algumas inéditas e outras apenas republicações. Uma das inéditas tinha sido publicada nos Estados Unidos no ano anterior, pela Dark Horse Comics. Tratava-se de 300, que pela Abril recebeu o nome Os 300 de Esparta e foi publicada em cinco edições quinzenais.

Miller, mesmo antes de 300, havia sido pioneiro de várias maneiras. Adotou uma abordagem mais pesada e violenta em HQs de super-heróis como Demolidor e Batman, adaptou o modo japonês de contar histórias ao mercado americano e conseguiu alcançar sucesso mesmo fora das grandes Marvel e DC, primeiro com Sin City e depois com várias outras obras, com destaque para 300.

Qualquer um que tenha lido os materiais mais antigos de Miller percebe que ele sempre teve uma grande paixão pela cultura oriental, usando e abusando de fatos históricos, culturais e do próprio modo de contar histórias deste povo. Mas, olhando mais atentamente, já era possível notar ao menos alguma curiosidade pela história dos 300 de Esparta, já que o roteirista por diversas vezes a citou em suas HQs.

Ao contrário do que faz hoje, Frank Miller se esforçou bastante em 300, estudando, usando referências fotográficas, e o resultado é um dos melhores trabalhos de sua carreira. Curiosamente, na época de seu lançamento nos Estados Unidos, a obra chamou alguma atenção, mas foi somente alguns poucos anos depois que foi reconhecida como a grande obra que é. No Brasil a coisa pareceu pior no período, pois os quadrinhos se encontravam em decadência, com muitos leitores perdendo o interesse.

Talvez justamente por causa dessa recepção morna da época, 300 tenha demorado tanto tempo para ser relançada em nosso país. Mas a espera parece ter valido a pena. Afinal, os 300 de Miller chegam tanto num ótimo filme para os cinemas, quanto numa edição em quadrinhos que valoriza ainda mais a arte de Miller bem como as cores tão bem selecionadas e aplicadas por Lynn Varley.

O que realmente importa é que 300 (ou Os 300 de Esparta) é um dos melhores exemplos da capacidade de Miller quando inspirado, sendo provavelmente sua última grande obra. Se hoje em dia seu traço está relaxado, seus personagens arrogantes e parecidos demais entre si e as histórias não têm razão de ser, quando fez 300 ele caprichou no lápis (ressaltando de novo a bela colaboração das cores de Lynn Varley, na época ainda esposa de Miller) e fez a violência e os tipos machões trabalharem em prol da trama, não sendo simplesmente sua marca registrada, mas algo vital para o andamento de um grande épico.

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